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Nasce o mais novo Zine da FDE-Letras

Vou publicar aqui o editorial da Tati Oliveira uma super parceira



Manual de Instruções (ou, Editorial)

"Um galo sozinho não tece a manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro: de um outro galo
que apanhe o grito que um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzam
os fios de sol de seus gritos de galo
para que a manhã, desde uma tela tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos(...)

Tecendo a manhã - João Cabral de Melo Neto

Escore em alguma parede entre uma banda e outra. Procure uma meia luz no salão para ler aquele trecho. Deixe-se seduzir pela linguagem. Ou, emputecido, suba no palco, sorrateiramente, e recite o verso que te incomoda. Ocupe. E sussure a Palavra no Grito. Que outros, de outros cantos, estarão gritando (ou sussurando?) também. Agora, você tem em suas mãos (e olhos, e mente), OrFEL, o primeiro fanzine da FEL - Fora do Eixo Letras - junto ao Núcleo de Poéticas Visuais FDE.

Depois de selecionar mais de 100 poesias, prosas e sotaques literários recebidos de todas as partes do país, apresentamos aqui letras, imagens, sonoridade e nonsense, resultantes de uma integração de forças, que manifestam que ler é, sim, algo muito além da palavra-livro. E, ora, se toda palavra tem seu sentido construído socialmente, OrFEL espelha alternativas elaboradas coletivamente em uma produção disponível para as mais de 130 cidades onde acontece o Grito Rock 2011.

A FEL é a frente do Circuito Fora do Eixo que trabalha a palavra em suas mais diversas formas - escrita, falada, visual, sonora, multimídia. O Núcleo de Poéticas Visuais, por sua vez, discute e fomenta ações em Artes Visuais dentro do Circuito, acreditando que todo indivíduo é um ser criativo em potencial. Ambos buscam compreender a cadeia produtiva da linguagem e das artes para pluralizar conceitos e democratizar seu acesso.

O fanzine OrFEL - filho da poesia e da música - te convida a verbalizar. Ou, apenas sentir a palavra, as idéias, a provocação. Portanto, se deleitem com as obras desta primeira edição de novos e mágicos autores.

Tatiana Oliveira - Coletivo Alona - Londrina/PR
@tatita_oliveira

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Minha poesia

Faço poesia como quem chora, Faço um singelo verso pra informar que essa paixão não terá fim. Com ela (a poesia) eu posso musicar meu sonhos e rir de mim mesma. Naquela tarde quente só o que queria era mais que emociona-lo. Eu queria dançar na linha do tempo e sentir que tô dentro de ti. Minha poesia é meu "Eu" gritando em uma sala vazia. Minha poesia chora com a lua, pedindo que essa distancia não exista. Eu sou a vontade de acreditar Eu sou aquela ciranda dos teus olhos Com sua permissão, retiro-me da sua história e continuo na minha sala como quem chora rabiscando minha vida.

O pensador e ela

Ele sentia o calor que vinha dela Ele jamais esqueceu a pontinha do pé Ele beijava o corpo dela... E tudo que se ouvia era uma melodia singela. E, Ela? Gritava seu amor da janela. gritava um gemido rouco e seu corpo desfalecia aos poucos Ele sentia o calor que vinha dela E ela, gozava de prazer na janela.

Ilegais

Somos ilegais e se o acaso nos trair seremos cumplices. Somos intensos e se perceberes minhas intecoes seremos uma so pele. Somos um conto de fada E se me  beijares ficarei acordada e quente E so sei que quero voce dentro de mim pulsando assim E se nao for ssim, Qual a graça de ser ilegal????